Reviews: dono de MK7 dirigindo outros carros


RicW

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Pessoal,

Por estes dias, fui fazer uma viagem e tive que alugar um carro mais simples. Imediatamente percebi que o Golf havia me deixado mal acostumado com certas coisas, e me veio a ideia de compartilhar com vocês como foi essa experiência para mim. Me pareceu interessante saber se mais pessoas passaram por esta experiência, e resolvi então criar este tópico.

É simples: você, que está habituado a dirigir o Golf MK7 e dirigiu outro carro, relate o que achou. O que teve de bom? e de ruim? Você trocaria seu MK7 por esse carro? Teria ele como segundo carro?

Abraço!

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Pessoal,
Por estes dias, fui fazer uma viagem e tive que alugar um carro mais simples. Imediatamente percebi que o Golf havia me deixado mal acostumado com certas coisas, e me veio a ideia de compartilhar com vocês como foi essa experiência para mim. Me pareceu interessante saber se mais pessoas passaram por esta experiência, e resolvi então criar este tópico.
É simples: você, que está habituado a dirigir o Golf MK7 e dirigiu outro carro, relate o que achou. O que teve de bom? e de ruim? Você trocaria seu MK7 por esse carro? Teria ele como segundo carro?
Abraço!


Ótima idea! Acompanhando


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Pessoal, vou inaugurar o tópico com o meu relato.

Há cerca de duas semanas, tive que ir ao Rio de Janeiro. Como sei que a coisa por lá está complicada (vide o que aconteceu com o nosso amigo @Jorge Jox...) eu decidi deixar o Golf em casa e ir de carro alugado. Passei então na Localiza e peguei um Fox Comfortline 1.6, bastante novo. Escolhi esse carro porque era praticamente o único, dentre os disponíveis e dentro das minhas possibilidades, que tinha uma nota razoável no crash test europeu (4 estrelas). Confesso que o carrinho me surpreendeu positivamente, pois a minha expectativa era bem ruim. 

Ao entrar no carro, a primeira coisa "estranha" é a sensação do interior: é estreito e alto, parece que você está guiando uma Asia Towner ou coisa parecida. Coloquei o assento na posição mais baixa e, ainda assim, fiquei com a impressão de que eu estava alto demais. E isso que eu sou verticalmente prejudicado, e dirijo o Golf com o banco em uma altura média. O banco em si é mais estreito que o do Golf, o que é bem comum nesses carros de entrada, mas não chegou a ser desconfortável porque o apoio lateral é bem menos proeminente. 

Ajustados o assento, o volante e os retrovisores, liguei o carro. O painel de instrumentos é simples, mas até que bastante informativo. Obviamente o do Golf é muito melhor e mais integrado. O do Fox tem um LCD central de resolução baixa, igual àquele do Gol , do Jetta e do Audi A3 mais simples (no Fox e Gol esse display é OK, mas no Jetta e no A3 dá até vergonha...) O computador de bordo tem apenas trip A e trip B, diferente do Golf e suas medições "desde a partida", "desde o abastecimento" e "longo prazo". Toda a configuração se faz por lá, não pela central multimídia, e o carro não permite ajustes em movimento. Aliás, esse é um ponto de diferença interessante: no Golf, a eletrônica é bem mais integrada e "se conversa". No Fox, que tem arquitetura eletrônica antiga, parece que os módulos são praticamente entidades isoladas.

Falando em Central, a do Fox era aquela Composition Media MIB2, de 6,5 polegadas com Android Auto e Apple Carplay. A qualidade do som é sofrível. Por mais que eu tentasse ajustar, não teve milagre: fui de SJC ao Rio ouvindo o Spotify em um radinho de pilha. Sobre o Android Auto: a tela maior é bacana mas, na prática, a posição é muito ruim. Pra ver o que está lá você desvia demais o olhar da estrada, então acabei não curtindo. Imagino que em um carro com a CM mais elevada - como é o caso do Polo, por exemplo - usar esse sistema deve ser muito legal.

O interior, obviamente, é cheio dos plásticos duros mas, como eu disse, não foi tão ruim assim. Não esperava nada diferente disso. Os encaixes eram "OK" e não havia rebarbas. O visual era OK também.

Hora de colocar o carro em movimento. Passada aquela fase de adaptação com a embreagem (essa ilustre esquecida...), de conhecer os freios (suficientemente bons, por sinal...) e a direção (boa na cidade), vamos pra estrada, pois eu tinha ainda uns 340 km de Via Dutra pela frente. Em pouco tempo, mais uma coisa fica aparente: o carro não tem apoio de braço central. Parece bobagem, mas isso faz uma diferença bruta na estrada. É como sair de casa sem levar o relógio: de tempo em tempo, você ergue o pulso pra ver as horas, e nada... E com o tempo, cansa. Outra coisa que ficou bem perceptível após coisa de uma hora foi o volante e os pedais, que são desalinhados em relação ao banco. Com o tempo, cansa também e depois que eu me dei conta, isso me incomodava e eu não conseguia mais abstrair.

O motor em si, o 1.6 aspirado (não sei se é o EA211 ou o EA111...) foi bem valente. Acho que o carro leve ajuda. Se deixasse ele girar alto, empurrava bem. Lógico, em RPM baixa a falta de força era bem óbvia. Acho que depois de guiar um motor turbo que despeja tudo a 1500 RPM, é muito difícil voltar pros tempos de antes... O consumo rodoviário (abastecido com etanol) foi de uns 11,5 km/l, que eu achei até bom praquela coisa antiga e quadrada cruzando o mundo a 110 km/h (a gasolina seriam uns 16,4 km/l)

O câmbio foi um ponto muito positivo: justo, engates bem definidos, curso curto e embreagem leve e fácil de modular. Prazeroso. Nada diferente do que eu esperaria da VW.

Na suspensão, uma surpresa boa e outra ruim. A boa foi nas curvas. Tanto nas de alta da rodovia quanto na Serra das Araras, esteve sempre "na mão" e me passou muita segurança. O carro era bem dianteiro e anunciava, de maneira "saudável", quando estava próximo do limite. A ruim foi nas retas, em alta velocidade. Fui ultrapassar um caminhão a 130 km/h e o carro oscilou com a interferência aerodinâmica a ponto de me assustar. Daí em diante, não passei dos 120 km/h.

Chegando no Rio, vem a parte urbana do review. Essas coisas que achei ruins na estrada são pouco ou nada perceptíveis e o Fox se mostrou um carrinho bem bom para uso na cidade. O câmbio ajuda muito, o motor se comporta bem e o ar-condicionado gela bastante, mesmo sendo simples. A suspensão é dura, mas está bem isolada. O ruído transmitido pro interior é zero, mesmo nas pancadas do asfalto lunar em alguns lugares da zona sul carioca. Aliás, ele me fez perceber uma coisa: a suspensão do Golf não é dura, na verdade é até macia e transmite bem menos as irregularidades do solo. O problema do Golf é acústico mesmo: você escuta demais essas pancadas, mesmo que a oscilação em si passe bem amortecida pra cabine.

Dois dias depois, volta pra SJC pela via Dutra, à noite. Na subida da serra foi até engraçado: pé embaixo, em quinta, a 80 km/h. O motor sé mantinha estável a uns 2000 rpm e o carrinho subia, firme e forte. Mas se eu quisesse aumentar em 1 km/h a velocidade, era reduzir ou nada feito. De novo, a saudade do turbo... 

Os faróis me surpreenderam negativamente: eram de dupla parábola, mas os baixos estavam curtos demais e os altos apontavam para a copa das árvores. Podia ser só uma questão de regulagem, mas esse é outro ponto no qual o Golf me deixou mal acostumado: é difícil regredir daquele xénon bruto e eficiente para o halógeno, convencional...

E assim, 3 dias, 1000 km e uns 70 litros de etanol depois, minha relação com o Fox chegou ao fim. O carro tem lá as suas limitações mas, apesar de ser um projeto nacional, parece bem feito em vários aspectos. As 4 estrelas no Euro NCAP são algo que pesa muito pra mim e, no geral, não parece um projeto tão antigo ou defasado. É milhões de vezes melhor do que o Gol, por exemplo, esse dinossauro que a VW insiste em vender por aqui. Em resumo: não é um carro ruim, se for para uso apenas urbano. Jamais teria ele como carro principal mas, como segundo carro, não o descartaria logo de cara. Obviamente, compará-lo com o Golf é até sacanagem, mas dada a minha expectativa, ele se saiu até que bem.

Abraço!

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Acredito que outros 2 carros que dirigi recentemente posso incluir no meu relato: um Fox Highline 1.6 2012 de 104cv e 5 marchas MT e um Azera 3.3 V6 2008 de 245cv e 5 marchas AT

Fox: Concordo com tudo o que o RicW escreveu acima. Gostei do carro. Peguei um trajeto rodoviário de 40km e alguns quilômetros urbanos. Ao sentar no banco do motorista, o que mais eu estranhei foi a posição de dirigir e o formato da cabina. Dirigindo, é incrível a falta que o motor turbo faz, embora o motor do Fox foi suficiente para encarar as subidas da rodovia em 5 marcha a 110km/h sem reduções. Não dirigi muito mais rápido que isso, mas aposto que o carro não transmite muita confiança nas velocidades que eu dirijo no meu Golf. Na cidade, existe aquela clássica falta de potência em baixas rotações, mas talvez menos perceptível do no meu falecido Nissa Tiida 1.8. O acabamento é honesto também, na minha opinião é um carro que cumpre o que promete.

Azera: Já fiz longas viagens dirigindo esse carro. Apesar do motor potente, é um carro mais prazeroso de se guiar com suavidade, pois tem respostas lentas de câmbio, acelerador, suspensão e direção. Esta última inclusive, é leve em excesso e pouco direta se comparada a direção do Golf. É um carro de concepção antiga, o câmbio não é muito inteligente, embora preze pelo conforto. O acabamento é excelente, ignorando apenas as maçanetas de plástico que destoam do resto da cabina. O isolamento acústico e o silêncio do motor impressionam. Embora eu ache o Golf silencioso este Azera está um nível acima nesse aspecto. Porém, o carro que eu dirigi é muito rodado e tem vários barulhos de suspensão. Na hora de acelerar, mesmo com o peso de 1640kg e a proposta pouco esportiva, é um carro bem forte que transmite pouca sensação de velocidade tamanha a facilidade que o motor opera. É muito forte em alta rotação, em baixa rotação acredito que o Golf consiga acompanhar. Requer cuidado nas curvas, apesar dos pneus 235 o limite de aderência do carro nas curvas me pareceu baixo e a tendência é muito sub esterçante, bem mais do que no Golf. Na minha opinião é um excelente segundo carro, tem muito conforto e um porta malas enorme, ideal para viagens.

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O que aconteceu Ric?



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Na semana passada ele teve o carro roubado. Assalto à mão armada, no semáforo em plena zona sul carioca (onde, supostamente, é mais seguro). Graças a D-us a perda foi somente material, mas ele correu risco real de vida.

Abraço

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4 minutos atrás, RicW disse:

Na semana passada ele teve o carro roubado. Assalto à mão armada, no semáforo em plena zona sul carioca (onde, supostamente, é mais seguro). Graças a D-us a perda foi somente material, mas ele correu risco real de vida.

Abraço

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E depois ainda vem uma leva aqui se gabar do ótimo negócio que fizeram pelo Mercado Livre. Que é um absurdo os valores praticados no concessionário autorizado sendo que no Mercado Livre estão encontrando as peças "seminovas" a 1/4 do valor. Qual foi a mágica para essas peças de tão baixo valor??? No mínimo, esse povo precisar exigir a nota fiscal de origem e o endereço físico da empresa que está ofertando essas peças supostamente legalizadas. Há empresas sérias operando no Mercado Livre, mas a maioria, tenho plena convicção se trata de quadrilha de  criminosos. Enquanto houver compradores dispostos a alimentar esse Mercado Negro, sem qualquer questionamento, esse ciclo nunca vai terminar, e novas vítimas (inclusive fatais) vão surgir.  Só espero um pouco mais de consciência de todos.

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Parabéns pelo relato!

Dos carros de locadora que dirigi aqui no Brasil o que eu mais gostei foi o Ka sedã 1.0. À parte os barulhos internos de plástico solto esse motor é bastante elástico e bem econômico. Vibra mais que o 1.0 3 cilindros da VW, mas nada que incomode muito. Também fiquei com um HB20 1.6 sedã por uns 20 dias e achei OK. A suspensão é muito molenga (lembra a da linha Palio) e a direção hidráulica era pesada. O que não gostei foi da posição de dirigir (a regulagem de altura do banco só sobe o assento e nesse modelo não tinha regulagem da direção) e o consumo era maior que o do meu antigo Civic 2.0.
Também não curti a multimídia nem os ajustes de áudio e bluetooth do volante.
Tenho vontade de alugar um carro premium (há oferta de Audi e MB na Movida) para ver o quanto nosso Golf é pior (ou melhor) que eles.

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E aí Ricardo, firmeza?

Sou meio suspeito em falar desse EA111. Minha madre possui um desses, tirado de dentro da caixa em 2012. Em 2013 em diante, disse a mim mesmo que NUNCA possuiria um carro da VW.......Em 2015 queimei a língua......Comprei o Golf!

Esse é o primeiro carro e único até o momento que a minha madre possui. Quem desfruta dele é meu padrasto e ela. Entre Novembro de 2013 e Fevereiro de 2014, eu "confisquei" ele. Rodei  aproximadamente 17Kkm.

Vamos aos fatos; Na época o carro só possuía 01 ano coberto pela garantia. O carro sempre quando pegava chuva, ele gotejava(na verdade gotejar é a forma "romântica" de falar, o bicho jorrava água, no lado do passageiro, logo abaixo do porta luvas). Depois de muitas idas e vindas no Ccs, solucionaram o problema.

Em 2013 logo após o término da garantia, o sensor ou boia que marca a quantidade de combustível deu pau. Trocamos. No mesmo ano a função Tilt Down, passou a não existir mais. Até hoje sem solução.

Em 2013 a central eletrônica resolveu dar o ar da graça e enguiçou. Aqui foi necessário vender algumas cabeças de gado. O rombo foi astronômico!

Em 2014 o retentor do volante do motor, começou a merejar óleo.....Trocado!

Em 2015 outro retentor abriu o bico, agora do VB......Trocado!

Revisões seguidas à risca, sempre por tempo(salvo exceção o tempo que eu "esmerilhei" ele)......Pastilhas/discos/amortecedores/conjunto de embreagem, seguem originais ainda. Carro hoje caminhando rumo aos 50Kkm(anda quase nada).

Ano passado a bateria arriou.... durou quase 06 anos.

Esse ano eles já foram contemplados com o compressor do ar condicionado.....Deu ruim! Tá com um zero bala, ao preço de dois garrotes.

 

Carro esse usado em uso severo(considerado, mas nem tanto), eles só fazem o bati volta, roça/cidade uma, as vezes duas, por semana. Ida e volta 70 km. O companheiro da mamãe guiou na boleia por mais de 35 anos, ele é cuidadoso e zeloso. Pelos trajetos que o carro anda, tá bem conservado. A primeira muda/troca de pneus, ocorreu na casa dos 30Kkm. Ele só roda no álcool, ele tem o pé um pouco pesado, faz no máximo na casa dos 09/10 Km/L.

Sempre no Natal eles dão um galope até a capital do MS. Recentemente foram até a capital do AC. Foram eles e mais um casal, foi ida e volta tão somente na gasolina. Como na Região Norte o álcool é caro e a gasolina mais ainda. Fez na gasolina um pouco menos de 12Km/L. Fruto do pé pesado dele.

Enfim, apesar de tudo de ruim que possa acontecer e aconteceu(isso claro, fora do previsto), eles gostam muito do Fox. Creio que a Tríplice Aliança irá perdurar por uns bons tempos ainda.

 

Felicidades à todos.

 

 

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Sei que não tem nada a ver com o tópico, mas olha só o que foi lançado hoje.

Vi esse carro ao vivo no México há 3 semanas atrás e realmente é maravilhoso.
A vontade de pegar a versão de acesso é grande (só me falta o faz-me-rir)

https://www.noticiasautomotivas.com.br/volkswagen-tiguan-allspace-2019-traz-ate-sete-lugares-e-parte-de-r-1249-mil/

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Em 08/04/2018 at 4:26 PM, RicW disse:

Pessoal, vou inaugurar o tópico com o meu relato.

Há cerca de duas semanas, tive que ir ao Rio de Janeiro. Como sei que a coisa por lá está complicada (vide o que aconteceu com o nosso amigo @Jorge Jox...) eu decidi deixar o Golf em casa e ir de carro alugado. Passei então na Localiza e peguei um Fox Comfortline 1.6, bastante novo. Escolhi esse carro porque era praticamente o único, dentre os disponíveis e dentro das minhas possibilidades, que tinha uma nota razoável no crash test europeu (4 estrelas). Confesso que o carrinho me surpreendeu positivamente, pois a minha expectativa era bem ruim. 

Ao entrar no carro, a primeira coisa "estranha" é a sensação do interior: é estreito e alto, parece que você está guiando uma Asia Towner ou coisa parecida. Coloquei o assento na posição mais baixa e, ainda assim, fiquei com a impressão de que eu estava alto demais. E isso que eu sou verticalmente prejudicado, e dirijo o Golf com o banco em uma altura média. O banco em si é mais estreito que o do Golf, o que é bem comum nesses carros de entrada, mas não chegou a ser desconfortável porque o apoio lateral é bem menos proeminente. 

Ajustados o assento, o volante e os retrovisores, liguei o carro. O painel de instrumentos é simples, mas até que bastante informativo. Obviamente o do Golf é muito melhor e mais integrado. O do Fox tem um LCD central de resolução baixa, igual àquele do Gol , do Jetta e do Audi A3 mais simples (no Fox e Gol esse display é OK, mas no Jetta e no A3 dá até vergonha...) O computador de bordo tem apenas trip A e trip B, diferente do Golf e suas medições "desde a partida", "desde o abastecimento" e "longo prazo". Toda a configuração se faz por lá, não pela central multimídia, e o carro não permite ajustes em movimento. Aliás, esse é um ponto de diferença interessante: no Golf, a eletrônica é bem mais integrada e "se conversa". No Fox, que tem arquitetura eletrônica antiga, parece que os módulos são praticamente entidades isoladas.

Falando em Central, a do Fox era aquela Composition Media MIB2, de 6,5 polegadas com Android Auto e Apple Carplay. A qualidade do som é sofrível. Por mais que eu tentasse ajustar, não teve milagre: fui de SJC ao Rio ouvindo o Spotify em um radinho de pilha. Sobre o Android Auto: a tela maior é bacana mas, na prática, a posição é muito ruim. Pra ver o que está lá você desvia demais o olhar da estrada, então acabei não curtindo. Imagino que em um carro com a CM mais elevada - como é o caso do Polo, por exemplo - usar esse sistema deve ser muito legal.

O interior, obviamente, é cheio dos plásticos duros mas, como eu disse, não foi tão ruim assim. Não esperava nada diferente disso. Os encaixes eram "OK" e não havia rebarbas. O visual era OK também.

Hora de colocar o carro em movimento. Passada aquela fase de adaptação com a embreagem (essa ilustre esquecida...), de conhecer os freios (suficientemente bons, por sinal...) e a direção (boa na cidade), vamos pra estrada, pois eu tinha ainda uns 340 km de Via Dutra pela frente. Em pouco tempo, mais uma coisa fica aparente: o carro não tem apoio de braço central. Parece bobagem, mas isso faz uma diferença bruta na estrada. É como sair de casa sem levar o relógio: de tempo em tempo, você ergue o pulso pra ver as horas, e nada... E com o tempo, cansa. Outra coisa que ficou bem perceptível após coisa de uma hora foi o volante e os pedais, que são desalinhados em relação ao banco. Com o tempo, cansa também e depois que eu me dei conta, isso me incomodava e eu não conseguia mais abstrair.

O motor em si, o 1.6 aspirado (não sei se é o EA211 ou o EA111...) foi bem valente. Acho que o carro leve ajuda. Se deixasse ele girar alto, empurrava bem. Lógico, em RPM baixa a falta de força era bem óbvia. Acho que depois de guiar um motor turbo que despeja tudo a 1500 RPM, é muito difícil voltar pros tempos de antes... O consumo rodoviário (abastecido com etanol) foi de uns 11,5 km/l, que eu achei até bom praquela coisa antiga e quadrada cruzando o mundo a 110 km/h (a gasolina seriam uns 16,4 km/l)

O câmbio foi um ponto muito positivo: justo, engates bem definidos, curso curto e embreagem leve e fácil de modular. Prazeroso. Nada diferente do que eu esperaria da VW.

Na suspensão, uma surpresa boa e outra ruim. A boa foi nas curvas. Tanto nas de alta da rodovia quanto na Serra das Araras, esteve sempre "na mão" e me passou muita segurança. O carro era bem dianteiro e anunciava, de maneira "saudável", quando estava próximo do limite. A ruim foi nas retas, em alta velocidade. Fui ultrapassar um caminhão a 130 km/h e o carro oscilou com a interferência aerodinâmica a ponto de me assustar. Daí em diante, não passei dos 120 km/h.

Chegando no Rio, vem a parte urbana do review. Essas coisas que achei ruins na estrada são pouco ou nada perceptíveis e o Fox se mostrou um carrinho bem bom para uso na cidade. O câmbio ajuda muito, o motor se comporta bem e o ar-condicionado gela bastante, mesmo sendo simples. A suspensão é dura, mas está bem isolada. O ruído transmitido pro interior é zero, mesmo nas pancadas do asfalto lunar em alguns lugares da zona sul carioca. Aliás, ele me fez perceber uma coisa: a suspensão do Golf não é dura, na verdade é até macia e transmite bem menos as irregularidades do solo. O problema do Golf é acústico mesmo: você escuta demais essas pancadas, mesmo que a oscilação em si passe bem amortecida pra cabine.

Dois dias depois, volta pra SJC pela via Dutra, à noite. Na subida da serra foi até engraçado: pé embaixo, em quinta, a 80 km/h. O motor sé mantinha estável a uns 2000 rpm e o carrinho subia, firme e forte. Mas se eu quisesse aumentar em 1 km/h a velocidade, era reduzir ou nada feito. De novo, a saudade do turbo... 

Os faróis me surpreenderam negativamente: eram de dupla parábola, mas os baixos estavam curtos demais e os altos apontavam para a copa das árvores. Podia ser só uma questão de regulagem, mas esse é outro ponto no qual o Golf me deixou mal acostumado: é difícil regredir daquele xénon bruto e eficiente para o halógeno, convencional...

E assim, 3 dias, 1000 km e uns 70 litros de etanol depois, minha relação com o Fox chegou ao fim. O carro tem lá as suas limitações mas, apesar de ser um projeto nacional, parece bem feito em vários aspectos. As 4 estrelas no Euro NCAP são algo que pesa muito pra mim e, no geral, não parece um projeto tão antigo ou defasado. É milhões de vezes melhor do que o Gol, por exemplo, esse dinossauro que a VW insiste em vender por aqui. Em resumo: não é um carro ruim, se for para uso apenas urbano. Jamais teria ele como carro principal mas, como segundo carro, não o descartaria logo de cara. Obviamente, compará-lo com o Golf é até sacanagem, mas dada a minha expectativa, ele se saiu até que bem.

Abraço!

 

Em 08/04/2018 at 10:17 PM, Brunomri disse:

Acredito que outros 2 carros que dirigi recentemente posso incluir no meu relato: um Fox Highline 1.6 2012 de 104cv e 5 marchas MT e um Azera 3.3 V6 2008 de 245cv e 5 marchas AT

Fox: Concordo com tudo o que o RicW escreveu acima. Gostei do carro. Peguei um trajeto rodoviário de 40km e alguns quilômetros urbanos. Ao sentar no banco do motorista, o que mais eu estranhei foi a posição de dirigir e o formato da cabina. Dirigindo, é incrível a falta que o motor turbo faz, embora o motor do Fox foi suficiente para encarar as subidas da rodovia em 5 marcha a 110km/h sem reduções. Não dirigi muito mais rápido que isso, mas aposto que o carro não transmite muita confiança nas velocidades que eu dirijo no meu Golf. Na cidade, existe aquela clássica falta de potência em baixas rotações, mas talvez menos perceptível do no meu falecido Nissa Tiida 1.8. O acabamento é honesto também, na minha opinião é um carro que cumpre o que promete.

Azera: Já fiz longas viagens dirigindo esse carro. Apesar do motor potente, é um carro mais prazeroso de se guiar com suavidade, pois tem respostas lentas de câmbio, acelerador, suspensão e direção. Esta última inclusive, é leve em excesso e pouco direta se comparada a direção do Golf. É um carro de concepção antiga, o câmbio não é muito inteligente, embora preze pelo conforto. O acabamento é excelente, ignorando apenas as maçanetas de plástico que destoam do resto da cabina. O isolamento acústico e o silêncio do motor impressionam. Embora eu ache o Golf silencioso este Azera está um nível acima nesse aspecto. Porém, o carro que eu dirigi é muito rodado e tem vários barulhos de suspensão. Na hora de acelerar, mesmo com o peso de 1640kg e a proposta pouco esportiva, é um carro bem forte que transmite pouca sensação de velocidade tamanha a facilidade que o motor opera. É muito forte em alta rotação, em baixa rotação acredito que o Golf consiga acompanhar. Requer cuidado nas curvas, apesar dos pneus 235 o limite de aderência do carro nas curvas me pareceu baixo e a tendência é muito sub esterçante, bem mais do que no Golf. Na minha opinião é um excelente segundo carro, tem muito conforto e um porta malas enorme, ideal para viagens.

Fala amigos RicW e Brunomri!

Bom ver vcs!

Resolvi dar uma passada aqui e dei de cara vcs falando do Fox, carro que a princípio está nos meus planos, mas ainda não sei o ano, pois será usado.

Pensei até num Crossfox, sempre simpatizei com ele, mas pode ser um comum mesmo. Vcs escreveram o que imaginava do carro, pois nunca dirigi um.

Sensibilidade ao vento lateral é que não foi legal e não esperava... Crossfox deve ser pior, carroceria alta, mesmo mal do Tiida, tive um e ele se comportava do mesmo jeito.

Aliais, alguém sabe me dizer se o Crossfox é realmente mais alto que os demais modelos? Se for, sabem dizer quanto?

A princípio penso num modelo 2013 ou mesmo um chegando a estar em garantia ainda.

Dei entrada na papelada do seguro ontem. Tive notícias que a Sulamerica está pagando em menos de sete dias, quando a documentação está OK.

Um grande abraço a todos!

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5 minutos atrás, Jorge Jox disse:

Dei entrada na papelada do seguro ontem. Tive notícias que a Sulamerica está pagando em menos de sete dias, quando a documentação está OK.

Um grande abraço a todos!

E aí Jorge... e do Golf, nem sinal?? A princípio, as seguradoras aguardam alguns dias pra ver se o carro não é encontrado... às vezes a gente nem quer que seja encontrado, não sei se é o teu caso.

Sobre o Fox, eu já tive um, modelo Prime, que seria o mesmo que o atual Highline, 2010, com teto solar. Gostei bastante do carro, e até que se agarrava bem no chão... motor 1.6 8V bem competente, priorizando o torque em baixa... 15,6 kgmf a 2500 rpm... claro que não é o que encontramos num motor turbo como o TSI, mas faz ele andar muito bem na cidade. Na estrada, o carro que eu dirigi na mesma época, e que eu posso comparar é o Ford Focus 1.6 16v, e este era sensivelmente mais estável do que o Fox... era muito grudado no chão, até pela presença da multilink na traseira. Tipo, 160 km/h em uma estrada em boas condições, é tranquilidade com o Focus, e já o Fox não está mais na sua zona de conforto, apesar de dar 185 km/h de final. Mas, na minha opinião, não dá pra afirmar que o Fox, em razão da sua carroceria alta, seja um carro inseguro na estrada.. apenas não dá pra comparar com um Golf, ou um Focus, mas estes são referência no quesito.

É isso, boa sorte no novo carro!

Grande abraço, meu camarada.

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4 minutos atrás, CaUtz disse:

E aí Jorge... e do Golf, nem sinal?? A princípio, as seguradoras aguardam alguns dias pra ver se o carro não é encontrado... às vezes a gente nem quer que seja encontrado, não sei se é o teu caso.

Sobre o Fox, eu já tive um, modelo Prime, que seria o mesmo que o atual Highline, 2010, com teto solar. Gostei bastante do carro, e até que se agarrava bem no chão... motor 1.6 8V bem competente, priorizando o torque em baixa... 15,6 kgmf a 2500 rpm... claro que não é o que encontramos num motor turbo como o TSI, mas faz ele andar muito bem na cidade. Na estrada, o carro que eu dirigi na mesma época, e que eu posso comparar é o Ford Focus 1.6 16v, e este era sensivelmente mais estável do que o Fox... era muito grudado no chão, até pela presença da multilink na traseira. Tipo, 160 km/h em uma estrada em boas condições, é tranquilidade com o Focus, e já o Fox não está mais na sua zona de conforto, apesar de dar 185 km/h de final. Mas, na minha opinião, não dá pra afirmar que o Fox, em razão da sua carroceria alta, seja um carro inseguro na estrada.. apenas não dá pra comparar com um Golf, ou um Focus, mas estes são referência no quesito.

É isso, boa sorte no novo carro!

Grande abraço, meu camarada.

Fala CaUtz, concordo com suas palavras.

Nada do Golf e nem quero saber! Com uma semana já devem ter feito muitas besteiras com ele. Já não tem mais a saúde dos 28.000 km rodados e bateria EFB zero.

Meu corretor já teve cliente recebendo o seguro em quatro dias depois de entregue os documentos. Acho que já é o reflexo do descredito da polícia do Rio de Janeiro. É mais fácil o Temer ser preso que acharem o meu carro aqui.

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6 minutos atrás, Jorge Jox disse:

Fala CaUtz, concordo com suas palavras.

Nada do Golf e nem quero saber! Com uma semana já devem ter feito muitas besteiras com ele. Já não tem mais a saúde dos 28.000 km rodados e bateria EFB zero.

Meu corretor já teve cliente recebendo o seguro em quatro dias depois de entregue os documentos. Acho que já é o reflexo do descredito da polícia do Rio de Janeiro. É mais fácil o Temer ser preso que acharem o meu carro aqui.

Então, que não achem mesmo!! Eu me lembro que fiquei numa nóia, porque já tinha dado sinal pra encomendar outro carro, e havia aquele "terror" de que, se achassem o carro, iriam me devolver e considerar veículo recuperado. Até eu receber a indenização, fiquei com essa pulga...

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Também vou dar minha contribuição....

http://www.autoentusiastas.com.br/2018/04/novo-ford-focus-apresentado-na-europa/

@iCardeX vai ter orgasmos múltiplos...em 03, 02, 01

Noutras épocas eu ovularia com essa notícia.... Não é o caso mais. Meu casamento com o Golf segue firme e forte.

 

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FORD FOCUS: Único carro que poderia me afastar do golf, desde que recebesse motor turbo e câmbio automático ou manual.

Tive um 2015 e até hoje tenho saudade.

Gol/voyage 1.6: espetacular casamento do motor 1.6 com câmbio mt de 5 marchas. Aluguei um no Uruguai recentemente e quase não devolvi;

UP TSI: tive um por 14 meses, mas achei duro, não tão econômico (meu pé é maneiro) e não gostei do câmbio (arranhava na ré bastante). Esperava mais.

A3 SPORTBACK STRONIC: O carro que mais me fez lembrar do meu golf confortline 2015 por possuir motor econômico, silencioso e suspensão BASTANTE confortável. O stronic, nosso dsg 7 marchas, é ESPETACULAR.

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