Utilização de Etanol no TSi Mexicano


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Bom dia Pessoal,

 

Apenas uma indagaçao em epocas de crise.

 

Alguem ja utilizou Etanol no TSi NÃO flex?

 

Pergunto isso, pois minha esposa tem uma Captiva 2014 que no hemisferio norte era vendida como FLEX E85. No forum da Captiva ja li de alguns proprietarios que abasteram com etanol e não tiveram qualquer problema, pelo menos no curto/medio prazo.

 

Normalmente veiculos com injeçao direta funcionam sem problemas com Etanol, mas alguem aqui ja abasteceu com Etanol?

 

De repente em uma emergencia, sera que a injeção eletronica ficaria maluca ou funcionaria sem problemas?

 

 

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2 horas atrás, Psplaino disse:

Bom dia Pessoal,

 

Apenas uma indagaçao em epocas de crise.

 

Alguem ja utilizou Etanol no TSi NÃO flex?

 

Pergunto isso, pois minha esposa tem uma Captiva 2014 que no hemisferio norte era vendida como FLEX E85. No forum da Captiva ja li de alguns proprietarios que abasteram com etanol e não tiveram qualquer problema, pelo menos no curto/medio prazo.

 

Normalmente veiculos com injeçao direta funcionam sem problemas com Etanol, mas alguem aqui ja abasteceu com Etanol?

 

De repente em uma emergencia, sera que a injeção eletronica ficaria maluca ou funcionaria sem problemas?

 

 

Meu pai tinha um Jetta Flex e trocou pelo Jetta TSI, que é só Gasolina, mas ele não sabia.

E como ele sempre fazia a conta pra ver o que mais valia a pena, na maioria das vezes colocava Gasolina.

Mas um dia, apareceu que o melhor era por Etanol e ele colocou, encheu o tanque.

Naquele dia, foi tudo normal...

No outro dia de manhã o carro não pegava, daí que descobriu que o carro não era Flex, pois ele desconfiou do "tanquinho" de Gasolina vazio, foi verificar e viu que não tinha tanquinho de Gasolina.

Mas depois que pegou, blz, deu para andar normal, e ainda fazia 11 Km/l, parecia Flex.

 

 

 

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Rodar? Vai!

Já disse em outro post sobre essa possibilidade, o famoso rabo de galo. Com total certeza algum já vem utilizando dessa artimanha. Não devido a atual situação(agora mais ainda), mas devido a mania idiota arraigada culturalmente de querer ganhar vantagens em tudo.

Fazendo uma analogia grotesca......Vai ser estilo remapear câmbio e motor.....Um dia a conta chega! E não vai ser no bolso de quem "auferiu ganhos", e sim no segundo/terceiro proprietário em diante.

 

Também já narrei aqui o descuido/desatenção, minha/frentista. Que erroneamente adentraram no tanque quase 10 litros de Etanol. Nesse dia nenhuma avaria(luz/engasopamento). A média ficou dentro do acostumado. Creio que esses dez litros diluídos na nossa belíssima Mijollina fizeram bem.

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14 minutos atrás, Bereba disse:

Meu pai tinha um Jetta Flex e trocou pelo Jetta TSI, que é só Gasolina, mas ele não sabia.

E como ele sempre fazia a conta pra ver o que mais valia a pena, na maioria das vezes colocava Gasolina.

Mas um dia, apareceu que o melhor era por Etanol e ele colocou, encheu o tanque.

Naquele dia, foi tudo normal...

No outro dia de manhã o carro não pegava, daí que descobriu que o carro não era Flex, pois ele desconfiou do "tanquinho" de Gasolina vazio, foi verificar e viu que não tinha tanquinho de Gasolina.

Mas depois que pegou, blz, deu para andar normal, e ainda fazia 11 Km/l, parecia Flex.

 

 

 

Valeu Amigo, era exatamente esta minha duvida!!! Ja ouvi dizer de carros que nem sairam do lugar e outros que rodaram sem qualquer problema. A antiga Motor Show fez até uma reportagem sobre o assunto. E nesta crise agora e outras que virão é sempre bom ter um plano B. Tambem nao tenho qualquer interesse em abastecer com Etanol, maas numa emergencia é sempre bom saber que na rua nao vai ficar!!!!

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2 minutos atrás, Psplaino disse:

Valeu Amigo, era exatamente esta minha duvida!!! Ja ouvi dizer de carros que nem sairam do lugar e outros que rodaram sem qualquer problema. A antiga Motor Show fez até uma reportagem sobre o assunto. E nesta crise agora e outras que virão é sempre bom ter um plano B. Tambem nao tenho qualquer interesse em abastecer com Etanol, maas numa emergencia é sempre bom saber que na rua nao vai ficar!!!!

 

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1 hora atrás, Sobrinho disse:

Rodar? Vai!

Já disse em outro post sobre essa possibilidade, o famoso rabo de galo. Com total certeza algum já vem utilizando dessa artimanha. Não devido a atual situação(agora mais ainda), mas devido a mania idiota arraigada culturalmente de querer ganhar vantagens em tudo.

Fazendo uma analogia grotesca......Vai ser estilo remapear câmbio e motor.....Um dia a conta chega! E não vai ser no bolso de quem "auferiu ganhos", e sim no segundo/terceiro proprietário em diante.

 

Também já narrei aqui o descuido/desatenção, minha/frentista. Que erroneamente adentraram no tanque quase 10 litros de Etanol. Nesse dia nenhuma avaria(luz/engasopamento). A média ficou dentro do acostumado. Creio que esses dez litros diluídos na nossa belíssima Mijollina fizeram bem.

Essa conta é complicada de resolver. Etanol leva, em média, 5% de água.  Entraram 500mls  de água, no seu tanque. Os 50 litros completos (Gasolina E27 + Etanol), formaria um combustível do tipo E40. Não consigo imaginar a tolerância do Golf com o E40, que seria um combustível "adulterado", e ainda com meio litro de água. Somamos ainda a tecnologia Injeção direta o, ponto de ignição, taxa compressão, temperatura dos cilindros ... tanta coisa...

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19 minutos atrás, iCardeX disse:

Essa conta é complicada de resolver. Etanol leva, em média, 5% de água.  Entraram 500mls  de água, no seu tanque. Os 50 litros completos (Gasolina E27 + Etanol), formaria um combustível do tipo E40. Não consigo imaginar a tolerância do Golf com o E40, que seria um combustível "adulterado", e ainda com meio litro de água. Somamos ainda a tecnologia Injeção direta o, ponto de ignição, taxa compressão, temperatura dos cilindros ... tanta coisa...

Verdade! Entendo,

Já levantei essa bola aqui, inclusive já fiz essa pergunta. A pergunta ficou a deriva, à ver navios. Como vc bem frisou, a coisa é muito complexa. Todos nós sabemos que nossos motores(quando em fase de testes), foram abastecidos em tudo quanto é tipo de biboca. A engenharia levou em conta vários fatores(creio). Brasileiro(proprietários de postos), não todos, mas grande parte, tem o tombo da madeira de lesar nosso bolso. Deduzo que ela levou tudo isso em conta, deixando um resguardo de grande tolerância para adulteração. Claro que isso é o meu ponto de vista. Difícil é mensurar e quantificar até onde a porca torce o rabo.

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Lembro de uma reportagem da 4 Patas (na época em que ela ainda prestava) de um teste que fizeram mais ou menos na época em que os primeiros carros Flex começaram a sair das fábricas (2003?):
Abasteceram por um período um carro só a gasolina com álcool. A conclusão foi que num curto intervalo de tempo não faria nenhum mal, porém o uso continuado levaria a alguns prejuízos. As primeiras a serem afetadas seriam as velas, que por trabalharem em uma temperatura diferente da especificada teriam sua vida útil reduzida pela metade. Em seguida viria ressecamento de retentores, de juntas e até mesmo de anéis dos pistões.
Assim, eu entendo que em um motor só a gasolina mais atual já exista um certo nível de tolerância para uso de etanol, justamente para suportar um aumento na mistura por imposição de governos. Só precisam ter em mente que mesmo em motores Flex há a recomendação explícita no manual de que deve-se utilizar gasolina a cada 3 ou 4 tanques de álcool para permitir a melhoria na lubrificação e remoção de contaminantes resultantes da queima do etanol.
Em teoria (e aí peço ajuda dos colegas engenheiros para afirmar ou contestar meu raciocínio) com a injeção direta haveria menos suscetibilidade de dano causado pelo etanol porque ela estaria borrifando uma quantidade menor de combustível em comparação com uma injeção na flauta. O problema maior, ao meu ver, seria a partida a frio e um possível avanço da ignição promovida pela sonda lambda pra compensar a queima mais pobre.

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2 minutos atrás, RodrigoSP2 disse:

O problema maior, ao meu ver, seria a partida a frio e um possível avanço da ignição promovida pela sonda lambda pra compensar a queima mais pobre.

Não sou Engenheiro! Sorveteiro pode dar pitaco? Sim, você tem razão, podendo causar até o tão famigerado calço hidráulico.

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Não sou Engenheiro! Sorveteiro pode dar pitaco? Sim, você tem razão, podendo causar até o tão famigerado calço hidráulico.

Calço hidráulico não sei se chegaria ao ponto, mas corosão ácida nas camisas dos cilindros e na cabeça do pistão, bem provável.

 

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O @iCardeX, bem que poderia "desmistificar" isso tudo. Ele que é um Homem De Honra......um verdadeiro Mythbusters e colocar à prova essa tese. Bem que ele poderia colocar umas 03 tanquiadas de etanol no Ninja Preto dele e ver qualequeé.

Vai Alan, vc conta com o apoio irrestrito e incondicional de todo o Sindicato Dos Caminhoneiros.

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O [mention=2057]iCardeX[/mention], bem que poderia "desmistificar" isso tudo. Ele que é um Homem De Honra......um verdadeiro Mythbusters e colocar à prova essa tese. Bem que ele poderia colocar umas 03 tanquiadas de etanol no Ninja Preto dele e ver qualequeé.


O que se mistura à gasolina não é o Etanol Hidratado, mas Etanol Anidro. A diferença entre os 2 diz respeito à quantidade de água presente em cada um deles. O anidro é praticamente álcool sem água (0,04%). O Etanol Anidro é utilizado como antidetonante da gasolina em praticamente todos os países do mundo. Misturar Etanol Hidratado à gasolina, e alimentar o motor monocombustivel com essa mistura, é certeza de problemas sérios. Não me entra na cabeça como a lambda resolveria o ponto estequiométrico, até porque estamos falando de água nessa composição também.


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3 minutos atrás, iCardeX disse:

 


O que se mistura à gasolina não é o Etanol Hidratado, mas Etanol Anidro. A diferença entre os 2 diz respeito à quantidade de água presente em cada um deles. O anidro é praticamente álcool sem água (0,04%). O Etanol Anidro é utilizado como antidetonante da gasolina em praticamente todos os países do mundo. Misturar Etanol Hidratado à gasolina, e alimentar o motor monocombustivel com essa mistura, é certeza de problemas sérios. Não me entra na cabeça como a lambda resolveria o ponto estequiométrico, até porque estamos falando de água nessa composição também.


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Putz! Você aprendeu certinho.......quando entrou aqui mal latia, agora já tá mordendo e rugindo. Gastou o sal da janta. Daqui um pouco a Engenharia passa por aqui para corroborar o que você teclou. Pois esses termos difíceis fugiu da minha alçada.

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Eu de você nem perguntava.... metia alcool no tanque e via o que dava kkkkkkkkkkkkkk depois vem aqui pra contar pra gente kkkkkkkkkkkkk
Brincadeiras a parte eu não recomendo!
Se fizer, vai honrar seu nickname, kkkkk!

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A Pittú seria como a Phodium.

A 51 a aditivada normalzona.

E álcool de supermercado seria a comum

Vc nota que quem toda uma Engenharia e Logística por trás de tudo, nada é feito a revelia.

Esse caboclo do último vídeo tremendo de um sacana. Dizer que fez 10 Km/l. Mentiu mas do que bula de Biotônico Fontoura! Mas falso do que aquelas mesinhas antigas de ferro.

Tem muita gente estudada que acredita.

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A Pittú seria como a Phodium.
A 51 a aditivada normalzona.
E álcool de supermercado seria a comum
Vc nota que quem toda uma Engenharia e Logística por trás de tudo, nada é feito a revelia.
Esse caboclo do último vídeo tremendo de um sacana. Dizer que fez 10 Km/l. Mentiu mas do que bula de Biotônico Fontoura! Mas falso do que aquelas mesinhas antigas de ferro.
Tem muita gente estudada que acredita.
Aliás, aquele Biotônico Fontoura original, das antigas, também podia queimar no tanque do seu carro. Seria o "koube direct clean"... rs

Abraço

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Na verdade o Motor Flex do Golf só difere do a Gasolina na calibragem da ECU e alguns poucos componentes, mas a Taxa de Compressão e demais parâmetros e componentes "físicos" do motor continuam iguais.

Nos dois casos a Taxa de Compressão é de 10,5:1, baixa, própria de carros a Gasolina.

Outro ponto importante a verificar é que a potência do motor flex é igual com Gasolina ou Álcool: 150 cv, reforçando o seu preparo para Gasolina e não Álcool.

E ele é um motor que também anda com álcool e não que terá uma boa eficiência com ele, tanto é que a continha de 70% não vale para ele, ele provavelmente é bem menos eficiente com álcool que o normal.

Então rodar com Etanol no nosso motor a Gasolina, não trará maiores problemas em casos excepcionais, a não ser uma possível luz de injeção acesa, dificuldade de ligar com motor frio e se for usar a longo prazo pode trazer oxidação de peças não preparadas para a presença de água do álcool.

 

Segue um texto muito legal falando sobre taxa de compressão e motor flex.

Destaco dois pontos importantes:

"Fabricantes com foco em produtos globais e exportação costumam priorizar a performance com gasolina, oferecendo a opção com etanol apenas por questões mercadológicas. Neste caso, aplica-se taxas mais baixas, entre 10:1 e 11,5:1."

"Neste caso, o desempenho com etanol fica prejudicado e usar o combustível se torna vantajoso apenas com grande queda em seu preço, em valores inferiores a 65% do preço da gasolina, condição difícil de ocorrer. O motorista deve rodar predominantemente com gasolina."

Taxa de compressão e sua influência na performance

18 DE ABRIL DE 2017POR PEDRO H. L. GUERRA9 COMENTÁRIOSEM TAXA DE COMPRESSÃO E SUA INFLUÊNCIA NA PERFORMANCEEDUCAÇÃO AUTOMOTIVA, MECÂNICA

taxa de compressão pmi pms

taxa de compressão pmi pms

Em 2003, os motores com tecnologia bicombustível surgiram no mercado brasileiro com o VW Gol 1.6 Total Flex, o primeiro modelo a ser lançado comercialmente após dez anos de testes, em conjunto com a fornecedora Magnetti Marelli.

Após este marco de desenvolvimento, a esmagadora maioria dos veículos vendidos no Brasil empregam este recurso tecnológico, mesmo que haja rejeição por parte considerável do público.

Desde então, os motoristas quebram a cabeça fazendo cálculos para descobrir qual combustível permite rodar gastando menos: álcool ou gasolina. Geralmente baseados em aproximações como o álcool passa a ser vantajoso se custar menos de 70% do preço da gasolina.

Sinto muito informar, mas não é possível saber com precisão se o seu veículo funciona melhor com um ou outro, pois cada carro possui seu quociente próprio do preço do álcool/gasolina baseado em suas características de projeto.

Para compreender melhor, é necessário compreender um conceito técnico denominado TAXA DE COMPRESSÃO para não desperdiçar dinheiro. Este é o tema desse post.

 

Não há necessidade de dominar a fundo a mecânica de motores a combustão interna. Basta saber que seu funcionamento se baseia na transformação da energia química do combustível em energia mecânica para propulsão do veículo por meio de sua queima no interior do propulsor por meio da movimentação de seus componentes.

Destes, os mais conhecidos são os pistões, objeto desse artigo. A grande maioria das pessoas já viu um vídeo ou esquema o qual demostra o funcionamento dos motores de combustão interna de quatro tempos, ciclos Otto e Diesel, como este:

Observe os pistões logo no começo do vídeo. São os componentes cilíndricos na parte superior do motor, os quais fazem o movimento de subir e descer, fazendo o virabrequim – o eixo giratório na marte inferior – ao qual os pistões são ligados por meio das bielas, responsáveis por transformar o movimento linear dos pistões no movimento circular do virabrequim, gerando a energia mecânica que vai para as rodas.

A taxa de compressão deriva do movimento de subida e descida dos pistões – seu curso. Naturalmente, ele atinge um ponto mais alto e outro mais baixo em seu deslocamento, chamados de ponto morto superior (PMS) e ponto morto inferior (PMI), respectivamente.

O funcionamento do motor possui quatro tempos: admissão, compressão, combustão e escape. A taxa de compressão ocorre no segundo período, quando as válvulas de admissão se fecham após a injeção da mistura ar/combustível e esta é comprimida para que a combustão e o escape ocorram. Então vem a definição da taxa de compressão:

TAXA DE COMPRESSÃO É O QUOCIENTE DE VOLUME DA CÂMARA DE COMBUSTÃO DO PISTÃO EM SEU PONTO MORTO INFERIOR (PMI) E SEU PONTO MORTO SUPERIOR (PMS).

A definição teórica se mostra bastante abstrata e será melhor detalhada pelas figuras abaixo. A primeira representa o pistão em seu PMI e a outra em seu PMS:

 educação automotiva ponto morto inferior

educação automotiva ponto morto superior

Agora fica fácil observar que o pistão reduz a câmara de combustão a um volume muito menor quando se situa no ponto morto superior, gerando a compressão necessária. Ao descomprimir, passa a liberar um grande espaço com o intuito de gerar a admissão e escape.

A divisão do volume da câmara com o pistão no PMI pelo volume no PMS é a taxa de compressão.

Quando o volume no PMI é dez vezes maior em relação ao PMS, diz-se que a taxa é 10:1 (dez para um). Ou “taxa dez”, no jargão dos engenheiros de P&D.

Claro que a taxa de compressão exerce grande influencia no funcionamento do motor em todos os sentidos: desempenho, consumo, durabilidade, dentre outras. O tipo de combustível também é determinante para a escolha da relação.

Motores a gasolina costumam usar taxas menores, entre 8:1 e 12:1, ao passo que os movidos a etanol funcionam melhor com quocientes mais altos, como 12:1 ou até 14:1. Devido ao seu funcionamento distinto, os blocos de ciclo Diesel trabalham com relações de 15:1 a até 18:1, devido às suas peculiaridades. E os motores bicombustíveis, os famosos “flex”?

Eles sempre geram um dilema para as equipes de engenheiros de motores, pois devem escolher uma taxa intermediária, a fim de entregar uma boa relação entre seu funcionamento com ambos os combustíveis. Cada equipe deve optar por favorecer um deles.

Fabricantes com foco em produtos globais e exportação costumam priorizar a performance com gasolina, oferecendo a opção com etanol apenas por questões mercadológicas. Neste caso, aplica-se taxas mais baixas, entre 10:1 e 11,5:1.

Uma evidência deste tipo de escolha reside na proximidade entre os números de potência e torque com ambos. Por exemplo, o motor entrega 144 cavalos com etanol e 141 com gasolina. O mesmo se observa nos dados de consumo, muito elevados com álcool e bons com o derivado de petróleo, como 5,5 km/l (E) e 9 km/l (G).

Neste caso, o desempenho com etanol fica prejudicado e usar o combustível se torna vantajoso apenas com grande queda em seu preço, em valores inferiores a 65% do preço da gasolina, condição difícil de ocorrer. O motorista deve rodar predominantemente com gasolina.

Por outro lado, outras montadoras projetam motores com foco no etanol. Utilizam taxas de compressão mais altas, superiores a 13:1, ou “taxa 13”. Como o álcool possui maior resistência à detonação, ele aceita maior compressão sem perda de rendimento.

A contrapartida reside na queda de rendimento da gasolina, a qual tem sua calibração com números de torque e potência reduzidos para evitar a detonação (“batida de pino”, em linguagem popular), prejudicial à durabilidade da unidade motriz.

Em oposição aos motores com prioridade para a gasolina, costuma-se observar grandes variações nos números de potência e torque em motores com foco no funcionamento com etanol, como 111 cv para o álcool e 104 cv para a gasolina. Caso o preço do combustível vegetal esteja em um patamar de 75% ou até 80% do derivado do petróleo, pois os números de consumo se mostram muito próximos com ambos os combustíveis, como 7,5 km/l (E) e 9,5 (G).

Para motores monocombustível, a escolha se mostra mais simples, pois se baseia apenas na melhor relação para o padrão do mercado no qual é comercializado.

A composição e qualidade do combustível também influenciam na taxa de compressão, pois gasolina e diesel pobres em componentes nobres e com muitas impurezas apresentam baixa resistência à detonação, obrigando os engenheiros a adotar menores taxas de compressão nesses mercados para preservar a durabilidade.

Por exemplo, a gasolina vendida na Europa apresenta composição mais nobre em relação à brasileira, permitindo a aplicação de uma taxa de compressão maior para aquele mercado em relação ao local, como 13:1 lá contra 10,5:1 aqui. No final, o modelo do velho continente apresenta melhor desempenho e menor consumo em relação ao tupiniquim.

O tipo e qualidade do combustível são fatores determinantes na definição da taxa de compressão pela equipe de projeto de motores, pois esta é a base para a escolha de outros parâmetros de engenharia. A calibração dos sistemas de injeção eletrônica, gerenciamento da transmissão e controles eletrônicos e de diagnóstico de falhas também derivam da escolha deste quociente.

Em suma, a taxa de compressão explica muita coisa sobre o mito da relação de que o etanol deve sempre custar 70% do valor da gasolina para ser vantajoso. Agora sabemos que cada veículo tem seu próprio ponto de equilíbrio e o proprietário deve conhecer o projeto de seu motor para fazer a melhor escolha.

 

https://educacaoautomotiva.com/2017/04/18/taxa-de-compressao/

 

 

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