Amaciando o motor

[Truc]

Caros,

 

O mundo de carros é cheio de mitos, que às vezes são meros mitos, outras vezes são a verdade absoluta.

 

Diz um mito que de uns 15 anos pra cá não é mais necessário amaciar os motores, posto que eles são torneados com tanta precisão hoje em dia que dispensam etsa necessidade. No entanto, o manual do Golf diz que a durabilidade do motor depende muito de como ele roda seus primeiros 1.500km e recomenda amaciar o motor neste período.

 

Eu fiz isso, andei praticamente só no modo Eco nos primeiros 1.500km e depois comecei a andar normal.

 

Mas o interessante é que senti o motor muito, mas muito mais "leve" depois destes 1.500km, ele passou a reagir com muito mais rapidez ao acelerador, mesmo no modo Eco. Parece que o carro perdeu uns 500kg de lá para cá. Achei interessante porque nenhum dos carros que tive nos ultimos 10 anos mostrou diferença no motor depois de rodados os primeiros 1.500km.

 

Os colegas do forum também sentiram este "destravamento" do motor após este período inicial?

 

[Willy]

Sinceramente, não senti...

Os primeiros 1000 km dele fiz logo no primeiro fds com o carro, fui pra Curitiba e voltei... Andando como se deve andar logo de cara

De lá pra ca não vi grandes diferenças de performance ou consumo

[RodrigoF]

O pessoal mais das antigas dizem que é preciso descer o cacete para amaciar o motor e não deixar o carro frouxo... Sinceramente não sei se isso faz algum sentido, mas na minha família já tivemos carros iguais com desempenhos bem diferentes, vai saber né...

[Big Kahuna]

remapeei meu carro com 23 km, desde então a bagaça tem levado uma vida corrida comigo e tudo bem por aqui

[Spielwurfel]

Segui as recomendações de amaciamento à risca (apesar de ser bem cético em relação a esse procedimento) e depois dos 1.500 km não senti a menor diferença, nem em performance e nem em consumo. A mesma coisa aconteceu com o meu carro anterior...

[Jorge Jox]

Todo motor a combustão interna, por mais moderno que seja, sofre o processo de amaciamento e deve-se sim seguir as recomendações dos fabricantes.

Todas as peças moveis sofrem  um processo de "acamação" que propicia um deslize melhor.

Se forçar o motor num período inicial, corre-se o risco de elevação de temperatura em alguns pontos que podem diminuir a vida útil do motor.

Sim, passados mais de 1000 ou 1500km rodados os motores estão aptos aos esforços extremos, sem risco de prejuízo a vida útil.

Mas os motores só terão seus rendimentos máximos em quilometragens mais elevadas que os 1500.

Não fiquem surpresos que seus carros fiquem mais econômicos e mais rápidos com 5000km.

Mas para quem usa o carro desde o 0km tem que prestar muito atenção para perceber esta mudança. Ela ocorre em doses "homeopáticas". Mas ocorrem sim.

Sou engenheiro mecânico.

[Bereba]

Matéria bem interessante sobre amaciamento de motor:

 

http://bestcars.uol.com.br/ct-wot.htm

 

A relação entre o modo de dirigir e o desempenho obtido pelo veículo já causou grande polêmica, Alexandre. Especialistas no assunto se dividem entre os que atribuem a agilidade de motor à pilotagem esportiva e os que descartam qualquer ligação entre esses fatores.

A primeira corrente defende que motores utilizados sempre em potência máxima -- o chamado W.O.T., wide open throttle ou acelerador todo aberto -- tornam-se melhores do que aqueles dirigidos "civilizadamente". O assentamento das principais peças móveis (virabrequim, bielas, pistões e anéis) nessas condições seria aprimorado ao máximo grau, devido ao próprio esforço efetuado. Com isso, o atrito entre elas diminui consideravelmente.

Conta a história que a Porsche fabricou um motor 1,1-litro para um 550 da equipe de fábrica, para competir na classe até 1.100 cm3 na 24 Horas de Le Mans de 1953. Esse motor era um 1,5 litro reduzido. Mediram o motor no dinamômetro, como de praxe, e obtiveram 72 cv, em seguida colocando o carro no transporte rumo à França. O carro treinou, correu e venceu na sua classe. De volta à fábrica, mediram o motor só por curiosidade, para saber de quanto tinha sido a perda de potência em função do desgaste. A potência tinha subido para 80 cv!

Outro exemplo célebre: em meados da década de 60, quando Émerson Fittipaldi era imbatível na Fórmula Vê 1.200, seu preparador Roger Resny tinha um segredo. Os motores de corrida eram colocados para rodar em Kombis de uso profissional, que normalmente andavam bem carregadas -- e "pé em baixo", pois o motor 1,2-litro de 30 cv mal conseguia movimentar o utilitário com bastante peso a bordo. Depois de cerca de 2 mil quilômetros os motores eram retirados, as válvulas eram esmerilhadas e os cabeçotes, limpos. Pronto, mais um motor "canhão".

Já os opositores da teoria do W.O.T. acreditam que usar o motor esportivamente não resulta em melhor desempenho, mas antecipa a fase de sua vida útil em que o motor atinge a maior potência. Assim, o procedimento seria benéfico apenas em veículos de competição, reduzindo a necessidade de amaciamento até sua entrada nas pistas. Para essa corrente, andar com aceleração total encurtaria a durabilidade do motor, trazendo mais prejuízos que vantagens.

Acreditar ou não na "mágica" do WOT, portanto, cabe a cada um. Cabe lembrar que o termo está em desuso, pois se referia especificamente à borboleta ou borboletas do carburador. Devido aos sistemas de injeção, em seu lugar usa-se TPS 100, que significa Throttle Position Sensor 100 ou sensor de posição do acelerador 100% movimentado. Preciosismos da era da alta tecnologia...

[Parafuseta]

podia jurar que para evitar erros do futuro proprietario, todos os motores hoje vem pré amaciados de fabrica, e que qualquer amaciamento posterior tem interferencia minima no que estamos discutindo. Sendo que melhor desempenho e consumo com a km se da mais por amaciamento de outros componentes móveis que nao o motor... 

[Bereba]

Mais uma matéria sobre o assunto:

 

http://bestcars.uol.com.br/ct/amaciamento.htm

 

Um velho mito sobre motores envolve o amaciamento. Não são poucos os que ainda dispensam ao carro novo cuidados exigidos décadas atrás, como não impor longos percursos nem atingir altos giros durante 3.000 ou 5.000 km.

Hoje a regra é outra: basta não atingir altas rotações (acima de 3.000 rpm) por 100 ou 200 km iniciais. Nesta fase os anéis ainda estão se assentando e é importante não forçá-los. Depois, pode-se explorar todo o regime de giros, o que ajuda até a não "amarrar" o motor -- sobretudo em um esportivo de 16 válvulas e alta rotação como o da Parati do primeiro motor.

Se o motor for "acostumado" ao uso com baixas rotações e pouca carga (entenda-se carga como abertura de acelerador: pé no fundo significa carga total), pode realmente ficar mais lento que um utilizado em sua plenitude. Há, porém, quem discorde desse método

[Jorge Jox]

Amigo, motor "amarrado" é mito.

Não há fundamento técnico que explique isto.

Qualquer motor deve ser amaciado.

Hoje, devido a precisão das usinagens e qualidade dos materiais este processo se tornou mais simples e mais rápido.

Mas ainda existe sim.

Alguns motores se soltam primeiros que outros devido a forma de direção.

Se deve ter cuidado para não ultrapassar 3/4 da rotação de potência máxima do motor nos primeiros 1000km, depois disso deve se dar umas esticadas nele e após uns 1500km pode se castigar o bichinho a vontade. Rs

No caso do Golf, deve se respeitar 4000RPM levando se em consideração que a potência dele é estendida até os 6000RPM.

[Spielwurfel]

Adicionando ao comentário do Jorge, realmente não existe motor "amarrado". As peças fabricadas atualmente possuem precisão suficiente para evitar esse tipo de problema.

 

Trabalho em uma empresa de motores diesel industriais, e ao enviar o certificado de potência do motor ao cliente, para os que têm injeção mecânica, a tolerância na potência nominal é de 5% e para os motores com injeção eletrônica, é de 2,5%.

 

Isso sim se deve a "amarração" do motor + ajustes finos do sistema de combustível que podem causar essa diferença. Poréééém... Já desmontei motores, tenho acesso aos desenhos técnicos dos componentes, com dimensões e tolerâncias. Garanto que as peças de motores automotivos são considerávelmente mais precisas, logo a tolerância na potência seguramente é menor. Notem que não há processo de amaciamento para motores diesel industriais.